Hoje quero tratar com vocês sobre os traumas da violência social. O
Brasil desde 1980 vive uma explosão no número de assassinatos. O
crime dita o comportamento da família brasileira, que evita chegar
tarde em casa, deixam de ir a alguns locais da cidade por causa da
criminalidade, deixam de ir a certos bancos e fazem o investimento em
segurança pessoal aumentar. A violência ocupa grande parte dos
noticiários e aflige todos, inclusive o crente. No Rio 80% dos cariocas
evitam sair a rua portando muito dinheiro ou objetos de valor. Em Manaus
83,9% evitam sair a noite ou chegar muito tarde em casa por medo da
criminalidade. Esses números são da pesquisa realizada pelo Datafolha
entre 2009 e 2010, foram 75 000 pessoas entrevistadas.
A violência tem origem espiritual e está intimamente relacionada com a
queda de Adão e Eva (Gn3.4-24; 6.5). Por consequência desta queda o
homem tornou-se pecador e seus atos de violência passaram a se
multiplicar. Primeiro com Caim, que por puro ciúme e inveja matou o
irmão (Gn 4.3-5), posteriormente com Lameque que, louva seu ato
criminoso ao assassinar dois homens (Gn 4.23). Por causa deste
crescimento da violência no Antigo Testamento, Deus decide destruir o
mundo antigo (Gn cap. 6). O senhor anunciou o motivo no capítulo 6 e
versículo 7 de Gênesis: ” Destruirei, de sobre a face da terra, o homem
que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos
céus; porque me arrependo de os haver feito”.
A criminalidade já foi associada à pobreza. Porém, o crime atual em
um raciocínio amplo está ligado ao patrimônio, como roubos e furtos,
apesar das políticas públicas contra a violência e a criminalidade. São
assustadoras as estatísticas envolvendo assassinatos, roubos, lesões
corporais e só aumentam.
Os ataques contra cristãos aumentaram 309% entre 2001 e 2010, segundo
o estudo apresentado pela organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Todos nós estamos sujeitos a violência social, mas a igreja,
principalmente em países que possuem liberdade religiosa, como o Brasil,
deve se empenhar em promover ações para ajudar vítimas a superarem os
traumas provenientes de atos violentos, deve ter um papel acolhedor e
ajudar a sociedade a diminuir os altos índices de criminalidade. Deus é o
principal remédio contra qualquer trauma sofrido. Pessoas sendo
impedidas de seguir uma vida normal por causa de traumas, somente a
igreja pode mudar este quadro.
Mas em especial, a igreja, precisa se conscientizar de que sendo a
violência uma ação espiritual é a principal responsável pelo seu
crescimento.
A visão da cruz pode ser o melhor remédio para as dores provocadas na
memória, lançadas diariamente na imaginação de pessoas que antes
tiveram uma vida feliz, uma vida normal, mas hoje estão sendo atordoados
por estes pensamentos, obrigados a carregar o inimigo que provocou
tanta dor com seu ato cruel de violência. Imagine a cruz, imagine se
Cristo ainda estivesse carregando as chibatadas, o cuspe na face, a
coroa de espinhos, mas não, ele não está carregando nada disso. Ele
sabia muito bem o que estava fazendo por nós, ele estava nos tirando da
potestade das trevas e nos transportando para o Reino (Cl 1.13), “mas
não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação” (Rm 5.11).
“Por que, por Ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito” (Ef 2.18).
“Chegamos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos
alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo
oportuno” (Hb 4.16).
Posted by Marco Feliciano in Blog
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